Apesar do aviso oficial “publicidade não, obrigado” colocado no meu cacifo do correio, mesmo assim lá vão metendo de quando em vez uns coloridos folhetos, que nesta altura de eleições autárquicas mistura ofertas e promessas de candidatos com as de produtos de toda a ordem, dos detergentes e papel higiénico às fraldas descartáveis, dos frigoríficos, aos televisores e telemóveis. Foi assim que estes dias, à sorrelfa, lá encafuaram um infomail (palavrão para uso dos tecnocratas), num bom papel a cores e onde sobressai, de um lado a foto do candidato do PSD/PP à Junta de Freguesia de Riba de Ave e do outro a foto do presidente da Câmara e novamente candidato ao cargo, com a sua abrangente mas falaciosa declaração de que, “enquanto presidente, todas as Juntas de Freguesia poderão contar com o seu apoio incondicional”, que pelos vistos o mural a inaugurar nos jardins da Câmara com a massa de todos nós, pretende representar para a posteridade, em glória do novo César.
“Riba de Ave não pode parar” é, delirantemente, o slogan da campanha do candidato de freguesia Armando Carvalho. Na sua curta mensagem de apresentação, a demagogia e o vazio de ideias pedem meças. Se a freguesia se administrasse com chavões, iria tudo mais ou menos. Mas a administração dos bens públicos, a defesa dos interesses das populações, o desenvolvimento da freguesia na variedade das suas vertentes, não é o retrato que temos por aí.
O que vemos é o laxismo, o desleixo e a inércia (que só fomentam o sentimento de impunidade para novos atentados), o betão como urbanismo, as lixeiras-estaleiros que conspurcam a paisagem, os atentados ambientais que descaracterizam e desertificam, a ausência de uma política cultural e social que assegure a proximidade do cidadão à terra onde vive, para que a terra não seja o dormitório, como dizem. E tudo isto, sem deixar de colocar em primeiro lugar o desemprego que está a minar a confiança no futuro, arrastando para a exclusão e a miséria a população obreira desta terra que foi pioneira no trabalho e no progresso, que não é responsável pelo atavismo dos mandantes de hoje.
Deixemo-nos de chavões e de promessas ocas. Só gente capaz poderá ajudar a construir uma terra diferente.
Por isso, é bem outra a palavra de ordem que se ouve: Riba de Ave precisa de mudar.
“Riba de Ave não pode parar” é, delirantemente, o slogan da campanha do candidato de freguesia Armando Carvalho. Na sua curta mensagem de apresentação, a demagogia e o vazio de ideias pedem meças. Se a freguesia se administrasse com chavões, iria tudo mais ou menos. Mas a administração dos bens públicos, a defesa dos interesses das populações, o desenvolvimento da freguesia na variedade das suas vertentes, não é o retrato que temos por aí.
O que vemos é o laxismo, o desleixo e a inércia (que só fomentam o sentimento de impunidade para novos atentados), o betão como urbanismo, as lixeiras-estaleiros que conspurcam a paisagem, os atentados ambientais que descaracterizam e desertificam, a ausência de uma política cultural e social que assegure a proximidade do cidadão à terra onde vive, para que a terra não seja o dormitório, como dizem. E tudo isto, sem deixar de colocar em primeiro lugar o desemprego que está a minar a confiança no futuro, arrastando para a exclusão e a miséria a população obreira desta terra que foi pioneira no trabalho e no progresso, que não é responsável pelo atavismo dos mandantes de hoje.
Deixemo-nos de chavões e de promessas ocas. Só gente capaz poderá ajudar a construir uma terra diferente.
Por isso, é bem outra a palavra de ordem que se ouve: Riba de Ave precisa de mudar.
Manuel Cunha
Riba de Ave