quinta-feira, 16 de junho de 2005

Ecos na imprensa

Candidato pelo BE à Junta de Freguesia
Manuel Cunha quer provocar o debate em Joane

Sem grandes surpresas, o Bloco de Esquerda (BE) apresentou Manuel Cunha, como cabeça de lista à Junta de Freguesia de Joane. O grande objectivo é eleger membros para a Assembleia de Freguesia, sendo que durante a campanha o BE intenta “provocar o debate” e assumir as responsabilidades que a população joanense lhe atribuir. O candidato afirma que a vila é assombrada pela “apatia” e, aponta como prioridades as questões ambientais, a saturação do cemitério e considera a feira um “caos”. Quanto aos seus adversários conhecidos, Manuel Cunha, afirma que Artur Fernandes, candidato da coligação PSD/PP, ainda está a “gatinhar na política” e atira que Ivo Sá Machado padece de”caducidade precoce”.
Ter representação autárquica de modo a que consiga ter uma intervenção mais directa nas políticas, com a eleição de membros para a Assembleia de Freguesia é o principal objectivo da candidatura do Bloco de Esquerda (BE), em Joane. Isso mesmo revelou Manuel Cunha, candidato à Assembleia de Freguesia da vila de Joane, apresentado publicamente, no passado sábado.
Do mesmo modo, o BE pretende “provocar o debate e assumir responsabilidades” que a população lhes confiar e “discutir Joane”, porque “não somos adeptos do politicamente correcto, porque há coisas que têm de ser ditas”.
O BE aponta desde já três prioridades: a resolução da “saturação do cemitério”, solução para a feira, que “é o caos quando deve ser um serviço público” e os aspectos ambientais, nomeadamente a poluição no ribeiro Cortinhas, Serra da Curviã e rio Pele, que em termos ambientais “é muito grave”. Atentam ainda, obras na rede viária: “aquilo que for feito tem de ser com brio, com gosto, tem de ser feito bem feito, ao contrário do que tem acontecido”.
Manuel Cunha diz que se candidata porque não se conforma com a “apatia” que se vive na vila, com a falta de realização de obras e, por outro lado, com a “falta de brio” nas intervenções realizadas, lembrando ainda os “silêncios coniventes” perante os “ataques ambientais” que ocorrem na freguesia.
Para o candidato do BE, o líder da candidatura da coligação PSD/CDS-PP, Artur Fernandes “ainda está a gatinhar na política”, criticando o facto destas forças políticas serem “coniventes” com o que se passa na localidade. Quanto ao candidato socialista, que ainda não foi apresentado oficialmente, embora tudo indique que seja o actual presidente da Junta, Sá Machado, Manuel Cunha diz que este padece de “caducidade precoce”, em termos políticos. “A obra dele [Sá Machado] fala por si, negativamente”, sublinhou o bloquista, frisando que “não se vê ideias, nem empenhamento, apenas apatia”.
“Vamos apresentar um projecto que assente na resolução dos problemas das populações”, referiu. Presente na apresentação do cabeça de lista por Joane, estiveram os candidatos do Bloco de Esquerda à Câmara Municipal e Assembleia de Famalicão, Luís Serguilha e Ana Marcelino.
Luís Serguilha sublinhou que, tal como as restantes candidaturas, o Bloco de Esquerda pretende lutar contra uma “corrente fria de provincianismo e cinzentismo inegualável que tem lesado a democraticidade” que tem atravessado o concelho, afirmando que a candidatura de Manuel Cunha assenta na “seriedade e na honestidade”. Por outro lado, o cabeça de lista à Câmara sublinhou como grande intento lutar em defesa do interesse público em detrimento do privado, caracterizando o projecto do BE como um plano que irá de encontro às necessidades da população.
Por seu lado, o dirigente nacional, José Maria Cardoso apontou que a candidatura de Manuel Cunha é uma “aposta forte” do partido na vila de Joane, para “criar uma situação de exercer poder político”. E continuou: “Nã podemos ir a todos os sítios, concorrer a todas as freguesias, é impraticável, o que sabemos fazer é uma política de confiança em pessoas que nos dêem alguma garantia de termos intervenção no decorrer do tempo, não só pelo facto de serem eleitos, mas também pela forma de criar condições para que as pessoas sejam capazes de lutar pelas suas reivindicações”.
O dirigente nacional de distrital do Bloco de Esquerda apontou ainda, que o partido quer lutar contra a “falta de democracia participativa”, na qual a população, em nome e defesa dos seus interesses “são capazes de juntar esforços”. Apesar de argumentar que o Bloco tem as suas ideias, José Maria Cardoso atentou que o partido está aberto à discussão plural, revelando-se a favor da “política de convivência em detrimento da política de conivência”.
Além disto, o dirigente distrital apontou que o partido faz das autárquicas uma “grande aposta de implantação”, já que só é possível ter a mesma, com implantação local.

in Entre Vilas (8-06-05)