quarta-feira, 8 de junho de 2005

Ecos na imprensa

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Capa n' "O Povo Famalicense" e no "Opinião Pública".

AUTÁRQUICAS Candidato à Câmara de Famalicão apresentado

Serguilha concorre pelo BE para construir uma nova esquerda

O Bloco de Esquerda (BE) de Famalicão volta a escolher Luís Serguilha como candidato à Câmara. Desde já, o candidato assume como principal objectivo a eleição de um vereador e o reforço do número de eleitos na Assembleia Municipal (AM).

O BE quer eleger um vereador para construir uma nova esquerda em Famalicão. Luís Serguilha, o candidato do partido às eleições autárquicas, apresentado no passado sábado, em conferência de imprensa, afirma que o partido defenderá uma nova política para combater o “colaboracionismo e a promiscuidade dos maiores partidos da oposição”. A eleição de um vereador é, por isso, um dos principais objectivos do BE, que pretende também reforçar o número de eleitos na AM, órgão a que concorre Ana Marcelino, uma professora de 33 anos, residente em Landim, apresentada também nesse dia.
O BE candidata-se às próximas eleições autárquicas porque afirma que tem um projecto para o concelho que visa promover uma melhor qualidade de vida para a população, combatendo a pobreza e a exclusão social. A “grave situação” de desemprego requer do futuro executivo municipal uma política capaz de alterar esta realidade, defende Serguilha, que assegura ainda que o BE “lutará contra a politização das instituições e contra a instrumentalização social e política do cargo do presidente da Câmara”.
O candidato bloquista concretiza ao afirmar que Armindo Costa “está a beneficiar a sua candidatura – que considera estar ‘circunscrita a publicidade’ – para alimentar o populismo e o eleitoralismo”. “Esta coligação não apresenta um projecto credível, consistente, mobilizador e realista. Simplesmente não inovou”, nota, evidenciando que se assiste ao “desespero dos líderes em se manter no poder a todo o custo, com recurso à propaganda falaciosa”.
Ainda mais crítico, o candidato bloquista defende que “é preciso coragem para mudar e enfrentar as situações perversas resultantes de um poder instalado que tem gerado uma teia de influências e a consolidação de lobbys ao nível do poder local”.
Porque diz querer um concelho sem guetos sociais, urbanísticos e humanos, afirma que o partido lutará pelo desenvolvimento assente num contrato social e ecológico dirigido ao presente e ao futuro e
impulsionará a cidadania. “Queremos que os famalicenses participem na governação do nosso município. É esta a verdadeira responsabilidade política, temos compromissos eleitorais e sempre tomamos posições claras sobre as políticas desastrosas desta Câmara”, argumenta.

Ataque tímido à CDU

A eleição de um vereador é também o principal objectivo da CDU, tornado público quando os comunistas apresentaram os seus candidatos, publicamente, em Abril. Sobre isso, Serguilha, diz que a coligação de esquerda “pode ser prejudicada por estar a colaborar com a coligação PSD/PP”. “Não vou dar opinião sobre as expectativas da CDU, mas, se houver bom-senso e atitude crítica da população, isso pode acontecer”, realça.
O BE não vai conseguir concorrer às 49 freguesias. Em quantas vai apresentar candidatura, ainda não se sabe, mas Serguilha garante que todos os nomes serão “credíveis e sérios”.
A direcção nacional fez-se representar na apresentação dos candidatos famalicenses por Custódio Braga. Este responsável diz que Famalicão é um dos concelhos do distrito mais importantes para o partido e, por isso, foi o primeiro onde os bloquistas fizeram a apresentação dos seus candidatos.
Nas eleições legislativas de Fevereiro, o BE conseguiu cerca de 4,5% dos votos, afirmando-se como a quarta força política no concelho. Custódio Braga acredita que esses resultados serão “transferíveis” para o contexto das autárquicas e até no crescimento do partido em Famalicão.


LUIS SERGUILHA

38 anos, professor e escritor, residente em Requião. Leccionou durante anos a disciplina de Educação Física no Ensino Secundário. Especializou-se em Actividades Físicas de Academia, onde exerce actualmente funções. Foi um dos pioneiros das bibliotecas de jardim e publicou várias obras em poesia e prosa.


ANA MARCELINO

33 anos, professora do Ensino Secundário, residente em Landim. Licenciou-se em Geografia – Ramo de Formação Educacional, na Universidade de Coimbra. Tirou o mestrado em Sociologia na área de especialização: Sociologia do Desenvolvimento e da Transformação Social, também na Universidade de Coimbra. É apoiante de vários organismos não governamentais, nomeadamente a Quercus e a Amnistia Internacional.

In Opinião Pública, 2-06-2005