Foi anunciada, na semana transacta, a recusa de Armindo Costa em participar nos vários debates planeados pela imprensa concelhia, nomeadamente, os quatro debates a dois agendados pela Rádio Digital, entre os quatro candidatos à Câmara Municipal e o debate a quatro, organizado pelo jornal Povo Famalicense, no âmbito das suas “Quartas do Povo”. Esta recusa assenta, segundo sabemos, na estratégia definida pelo PSD famalicense, em quem Armindo Costa delegou a gestão da sua campanha, pelo menos quanto aos debates, prevendo-se a sua participação só em dois debates radiofónicos, em estúdio.
O Bloco de Esquerda de V. N. de Famalicão vem, pela presente nota, manifestar um profundo repúdio relativamente a esta postura arquitectada pela coligação PSD/CDS, e sustentada pelo seu cabeça de lista à Câmara Municipal, Armindo Costa, a qual releva, desde logo, um desrespeito pelos eleitores famalicenses, bem como também, um desrespeito pela democracia, cuja seiva passa necessariamente pelo debate de ideias e propostas políticas entre as diversas candidaturas às autarquias.
Indiferente ao exemplo nacional, dado pelos líderes dos partidos com assento parlamentar, qual paladino de uma democracia à moda da Madeira, Armindo Costa, sustentado nas suas sondagens, na sua implacável, poluidora e avassaladora propaganda de dezenas e dezenas de “outdoors”, de boletins municipais (pagos por todos nós), de imprensa laudatória (a que título surge um suplemento propagandístico, como o inserido no jornal Correio do Minho do passado dia 11?), nas inaugurações diárias de alindados adros paroquiais, ou de primeiras pedras de obras repetidamente prometidas, bastando-lhe tal folclore, em detrimento de um debate sério, aprofundado, esclarecedor, em contraditório com os restantes candidatos, discutindo os diferentes projectos para o nosso concelho.
Reveladora ainda se mostra esta delegação do líder nos assessores quanto à sua participação no jogo democrático, convencido da sua superioridade, providencial figura acima da disputa esclarecedora do voto, acima dos restantes candidatos, acantonado numa democracia de mero “marketing”.
Infelizmente é a nossa democracia que sai menorizada deste episódio, também já localmente asfixiada com o estranho temor de muitos ‘dependentes’ da autarquia em dizerem o que pensam, ficando-lhes o desabafo de que o que lhes vale é que o voto é secreto.
Pois façam bom uso dele.