Novo ano, maiores dificuldades
Encontrei muito recentemente um amigo de adolescência entretanto radicado na Suiça e que há alguns anos não vinha a Portugal. Manifestou-me uma enorme tristeza pela situação em que encontrou o país, nomeadamente a profunda discrepância entre aquilo que a generalidade das pessoas ganha e o custo de vida. “ Não consigo perceber como é que tanta gente que ganha 500 ou 600 euros e tem que pagar a saúde, a justiça, a educação, casa, carro, pagar Iva a 21%, etc. Os portugueses são escravos do Estado.” disse-me ele.
Sou forçado a concordar que somos, de facto, escravos de um Estado e de um sistema em que os interesses económicos ditam as leis e as decisões de um governo que não olha a meios para atingir os objectivos económicos, mesmo que para isso tenha que nos sacrificar até ao limite. Factos como a existência de mais de 2 milhões de pobres, a elevadíssima taxa de desemprego, os aumentos dos bens essenciais muito acima dos aumentos dos ordenados, o facto de termos dos piores indicadores de qualidade de vida da União Europeia, parecem não ser capazes de demover os governantes de continuarem por este caminho de austeridade.