Manuel Cunha, Ribadavense e cidadão habituado a estas andanças da política, decidiu escrever para o nosso blog com o intuito de dar voz à sua indignação em relação a 2 assuntos incontornáveis: o abate das tílias e o "atentado" realizado pela actual coligação PSD/CDS-PP/CDU na Junta de Freguesia de Riba de Ave.
As árvores já não morrem de pé
As Tílias centenárias de Riba de Ave acabaram por ser abatidas pelas mãos criminosas dos homens, num processo nebuloso em que os interesses privados se sobrepuseram ao interesse público. Árvores que aprendemos a plantar e não a destruir, pois até nos ensinaram que quando se abatem as árvores os rios deixam de correr...
De muitas pessoas ouvimos dizer que sentiam vergonha pela ousadia do corte e uma emigrante disse mesmo que era um dos dias mais tristes da sua vida, ela que nascera com as árvores e ali vivera largos anos e que vinha de um país estrangeiro em que é crime o derrube de qualquer árvore.
Qual é a idade de uma árvore? Na serra da Estrela, noticiaram os jornais, arderam algumas com mais de 1.500 anos...
É preciso lembrar que Tortoreli, acariciando as milenares araucárias no bosque de murta da Patagónia, dizia: “pensem por um momento que quando surgiu o império Romano e quando este foi derrubado, quando os gregos e os troianos combatiam por Helena, estas árvores já estavam aqui, e aqui continuavam quando Rómulo e Remo fundaram Roma e quando Cristo nasceu. Quando Roma chegou a dominar o mundo e quando caiu. Passaram impérios, guerras intermináveis, cruzadas, o Renascimento e toda a história do Ocidente até hoje. E aqui as têm ainda...”
O que concluir? É que do que mais temos falta é de educação ambiental, civismo e responsabilidade pessoal e respeito pelo património colectivo, pois que enquanto esse défice de educação e de carácter não for superado, Portugal não pode deixar de ser aquilo que continua a ser: um país feio, sujo e desordenado, pelas mãos de autarcas sem a menor capacidade para gerir a coisa pública.
Riba de Ave precisa de escolher os homens certos, de mãos limpas e transparentes, dialogantes e com cultura indispensável para entender toda a dimensão do poder local.
Estes anos passados foram anos perdidos!...
Manuel Cunha
Riba de Ave
O povo é quem mais ordena
Gerações de homens e mulheres lutaram e sacrificaram-se durante décadas para conquistar a liberdade e serem respeitados como gente. A história desse meio século de resistência constitui um património inapagável da luta do povo português contra a opressão e o fascismo, uma memória dos que preferiram morrer de pé a viver de joelhos. E por isso é que quando o 25 de Abril chegou encheram-se de povo as ruas das cidades e das aldeias... Nessa madrugada (“...que eu esperava, dia inicial inteiro e limpo”) – Sophia de Mello Andresen – “essa gente fez renascer meu gosto/ de luta e de combate/ contra o abutre e a cobra/ o porco e o milhafre”. E foi bonita a festa, pá!... “Na margem, vento areias mastros lábios, tudo ardia” (Eugénio de Andrade).Trinta anos passados sobre a revolução de Abril é ainda Sophia quem se interroga: “...quem me roubou o tempo que era meu?”. Na verdade, a situação a que o País chegou em nada corresponde às perspectivas e às esperanças que a Revolução trouxe aos portugueses. O País atravessa grave crise política, económica, social, cultural e até de identidade nacional, que vem-se agravando desde que a direita conseguiu inverter os caminhos de Abril. E sob o pavor de novos medos, a vida dos portugueses é hoje de insegurança e triste, e na “actualidade impura” deste tempo, correm já por aí os novos cães de guarda, naquele sentido que Paul Nizan denunciou há setenta anos e que a explosão de liberdade da madrugada de Abril tinha escorraçado.
O povo de Riba de Ave, que viveu ardentemente a revolução de Abril, quis na altura assinalar o evento histórico e de libertação e colocou no salão da junta de freguesia uma placa com as palavras da canção do Zeca Afonso “o povo é quem mais ordena dentro de ti ó cidade”. Foi essa placa que a actual junta mandou retirar há tempos, afrontando dessa forma soez uma postura que passou por vários executivos durante trinta anos, sem que vez alguma se tivesse levantado qualquer voz contra a sua presença.
Um presidente de Junta que assume com esta arrogância uma posição altamente censurável para com o povo e a terra, não tem legitimidade para continuar a representá-la
O povo não esquecerá a ofensa.
Manuel Cunha
Riba de Ave
As árvores já não morrem de pé
As Tílias centenárias de Riba de Ave acabaram por ser abatidas pelas mãos criminosas dos homens, num processo nebuloso em que os interesses privados se sobrepuseram ao interesse público. Árvores que aprendemos a plantar e não a destruir, pois até nos ensinaram que quando se abatem as árvores os rios deixam de correr...
De muitas pessoas ouvimos dizer que sentiam vergonha pela ousadia do corte e uma emigrante disse mesmo que era um dos dias mais tristes da sua vida, ela que nascera com as árvores e ali vivera largos anos e que vinha de um país estrangeiro em que é crime o derrube de qualquer árvore.
Qual é a idade de uma árvore? Na serra da Estrela, noticiaram os jornais, arderam algumas com mais de 1.500 anos...
É preciso lembrar que Tortoreli, acariciando as milenares araucárias no bosque de murta da Patagónia, dizia: “pensem por um momento que quando surgiu o império Romano e quando este foi derrubado, quando os gregos e os troianos combatiam por Helena, estas árvores já estavam aqui, e aqui continuavam quando Rómulo e Remo fundaram Roma e quando Cristo nasceu. Quando Roma chegou a dominar o mundo e quando caiu. Passaram impérios, guerras intermináveis, cruzadas, o Renascimento e toda a história do Ocidente até hoje. E aqui as têm ainda...”
O que concluir? É que do que mais temos falta é de educação ambiental, civismo e responsabilidade pessoal e respeito pelo património colectivo, pois que enquanto esse défice de educação e de carácter não for superado, Portugal não pode deixar de ser aquilo que continua a ser: um país feio, sujo e desordenado, pelas mãos de autarcas sem a menor capacidade para gerir a coisa pública.
Riba de Ave precisa de escolher os homens certos, de mãos limpas e transparentes, dialogantes e com cultura indispensável para entender toda a dimensão do poder local.
Estes anos passados foram anos perdidos!...
Manuel Cunha
Riba de Ave
O povo é quem mais ordena
Gerações de homens e mulheres lutaram e sacrificaram-se durante décadas para conquistar a liberdade e serem respeitados como gente. A história desse meio século de resistência constitui um património inapagável da luta do povo português contra a opressão e o fascismo, uma memória dos que preferiram morrer de pé a viver de joelhos. E por isso é que quando o 25 de Abril chegou encheram-se de povo as ruas das cidades e das aldeias... Nessa madrugada (“...que eu esperava, dia inicial inteiro e limpo”) – Sophia de Mello Andresen – “essa gente fez renascer meu gosto/ de luta e de combate/ contra o abutre e a cobra/ o porco e o milhafre”. E foi bonita a festa, pá!... “Na margem, vento areias mastros lábios, tudo ardia” (Eugénio de Andrade).Trinta anos passados sobre a revolução de Abril é ainda Sophia quem se interroga: “...quem me roubou o tempo que era meu?”. Na verdade, a situação a que o País chegou em nada corresponde às perspectivas e às esperanças que a Revolução trouxe aos portugueses. O País atravessa grave crise política, económica, social, cultural e até de identidade nacional, que vem-se agravando desde que a direita conseguiu inverter os caminhos de Abril. E sob o pavor de novos medos, a vida dos portugueses é hoje de insegurança e triste, e na “actualidade impura” deste tempo, correm já por aí os novos cães de guarda, naquele sentido que Paul Nizan denunciou há setenta anos e que a explosão de liberdade da madrugada de Abril tinha escorraçado.
O povo de Riba de Ave, que viveu ardentemente a revolução de Abril, quis na altura assinalar o evento histórico e de libertação e colocou no salão da junta de freguesia uma placa com as palavras da canção do Zeca Afonso “o povo é quem mais ordena dentro de ti ó cidade”. Foi essa placa que a actual junta mandou retirar há tempos, afrontando dessa forma soez uma postura que passou por vários executivos durante trinta anos, sem que vez alguma se tivesse levantado qualquer voz contra a sua presença.
Um presidente de Junta que assume com esta arrogância uma posição altamente censurável para com o povo e a terra, não tem legitimidade para continuar a representá-la
O povo não esquecerá a ofensa.
Manuel Cunha
Riba de Ave