domingo, 11 de setembro de 2005

BE preocupado com desemprego e exclusão social

Desemprego, Educação, Urbanismo, Transportes e Ambiente. São estes os cinco desafios que fazem parte do manifesto eleitoral do Bloco de Esquerda (BE) em Famalicão.



O documento foi apresentado, segunda-feira, aos jornalistas e pretende ser a base do programa eleitoral dos bloquistas, que será apresentado na próxima semana.
O desemprego e a exclusão social são problemas aos quais o BE dará particular atenção. Luís Serguilha, candidato à Câmara, diz que os 10 mil desempregados no concelho não podem ser esquecidos. “É um dos nossos grandes desafios. São focos de exclusão social e a Câmara tem que ter a responsabilidade de criar estratégias para solucionar este problema que desequilibra o desenvolvimento de qualquer localidade.”
Concretamente, o BE diz que é preciso captar novos investimentos alternativos ao sector têxtil, incentivar a criação de micro-empresas, apoiar a actividade agrícola, nomeadamente, a agricultura biológica. No fundo, o desafio proposto pelo BE é “transformar Famalicão num pólo industrial moderno” e, para isso, aposta ainda na “divulgação de produtos originários do concelho” e na compatibilização da oferta de formação profissional com as necessidades das empresas.
No capítulo da Educação, o BE defende o alargamento a todo o concelho da rede do pré-escolar e ATL, assim como o combate ao abandono escolar. Luís Serguilha diz ainda que é preciso “dotar as escolas de condições materiais e humanas que lhes permitam combater as desigualdades sociais e afirmar a qualidade de ensino”, algo que, segundo ele, “não tem sido uma aposta da actual Câmara”.
Outra área onde o BE tece fortes críticas à gestão camarária é a do urbanismo, onde, segundo o candidato à Câmara, “existem muitos interesse instalados”. Defende, por isso, a elaboração de um plano estratégico urbanístico para o concelho, “baseado em critérios de solidariedade social e territorial”. Para Serguilha é imperioso “subordinar o mercado imobiliário e construção particular ao interesse colectivo e combater a guetização”. Impor a transparência nos processos de licenciamento, recuperar as áreas habitacionais degradadas e proporcionar habitações dignas e a preços controlados às populações mais desfavorecidas são outros desafios propostos.

Mural: “Uma machadada na democracia”
Ao nível dos Transportes, o BE defende o alargamento dos TUF a todo o concelho e a criação de mais espaços pedonais e de ciclovias. Já no que diz respeito ao Ambiente, quer a monitorização da qualidade do ar e da água, a requalificação dos parques verdes e a cobertura total do concelho pelas redes de saneamento e água.
No encontro com a imprensa, Luís Serguilha pronunciou-se também sobre a polémica em torno da construção do mural de lava nos jardins dos Paços do Concelho (ver notícia na página 2). “Queremos saber qual é o objectivo daquela estrutura e o porquê de um financiamento tão despesista. Se for avante, será uma machadada na democracia e do desenvolvimento local”, afirmou.
O BE anunciou, entretanto, que, no próximo dia 18, Francisco Louçã, dirigente nacional do partido, estará de visita a Famalicão.


In Opinião Pública 09-09-2005