sexta-feira, 4 de março de 2005

Só o BE respeita princípio da paridade no Parlamento

Dos cinco principais partidos parlamentares, o Bloco de Esquerda é o único que respeitará integralmente o princípio da paridade - muito apregoado em teoria mas pouco aplicado na prática - no conjunto das bancadas de São Bento.
Artigo publicado originalmente no DN de 2/3/05

Dos oito deputados eleitos pelo Bloco nas legislativas do dia 20, quatro são mulheres Ana Drago, Helena Pinto (eleitas por Lisboa), Alda Macedo (eleita pelo Porto) e Mariana Aiveca (Setúbal).
Nada que se compare, por exemplo, ao grupo parlamentar do CDS/PP. Com 12 eleitos nas legislativas, os democratas-cristãos têm apenas uma deputada Teresa Caeiro, que encabeçava a lista do partido pelo círculo de Leiria. Isto equivale a uma percentagem de apenas 8,3% de parlamentares do sexo feminino.
Também o grupo parlamentar do Partido Comunista passará a ter 12 deputados. Mas só há duas mulheres na bancada vermelha as "repetentes" Luísa Mesquita (eleita por Santarém) e Odete Santos (eleita pelo distrito de Setúbal). Uma percentagem igualmente muito escassa, embora seja o dobro da dos democratas-cristãos: 16,6%.
O Partido Socialista, que tem feito da paridade uma das suas principais bandeiras políticas, elege desta vez um número recorde de mulheres 34, num grupo parlamentar que totaliza 120 membros (falta ainda apurar quatro deputados pelos círculos da emigração).
As mulheres representam um total de 28,3% do grupo parlamentar rosa - um pouco menos de um terço, portanto. Entre elas, no entanto, apenas figurou uma cabeça-de-lista Matilde Sousa Franco (Coimbra).
Muito mais baixa é a percentagem de mulheres na nova bancada do PSD. Entre 72 eleitos, os sociais-democratas apenas têm seis parlamentares do sexo feminino. O que equivale a 8,3% - a mesma percentagem do CDS.
Zita Seabra (Coimbra), Regina Bastos (Aveiro), Ana Manso (Guarda), Ofélia Moleiro (Leiria), Helena Lopes da Costa (Lisboa) e Rosário Águas (Vila Real) são as deputadas sociais-democratas.